Já foi dito e feito. Quase todos os versos de amor já foram escritos. Mas como o mesmo amor foi declamado três vezes em diferentes épocas?
1ª Carta de São Paulo aos Coríntios - cap. 13
(novo testamento da bíblia)
e não tivesse amor,
seria como o metal que soa ou como o sino que tine.
e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência,
e ainda que tivesse toda a fé,
de maneira tal que transportasse os montes,
e não tivesse amor, nada seria.
E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres,
e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado,
e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria.
O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso;
o amor não trata com leviandade,
não se ensoberbece.
não busca os seus interesses,
não se irrita, não suspeita mal;
mas folga com a verdade;
serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão;
havendo ciência, desaparecerá;
então o que o é em parte será aniquilado.
sentia como menino, discorria como menino, mas,
logo que cheguei a ser homem,
acabei com as coisas de menino.
mas então veremos face a face;
agora conheço em parte,
mas então conhecerei como também sou conhecido.
Agora, pois, permanecem a fé,
a esperança e o amor, estes três,
mas o maior destes é o amor.
Luís de Camões - Século XVI
"Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói, e não se sente
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer.
É um não querer mais que bem querer;
É um andar solitário entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É um cuidar que se ganha em se perder.
É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata, lealdade.
Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?"
Renato Russo - 1989
Monte Castelo
Ainda que eu falasse
A língua dos homens
E falasse a língua dos anjos
Sem amor eu nada seria
É só o amor! É só o amor
Que conhece o que é verdade
O amor é bom, não quer o mal
Não sente inveja ou se envaidece
O amor é o fogo que arde sem se ver
É ferida que dói e não se sente
É um contentamento descontente
É dor que desatina sem doer
Ainda que eu falasse
A língua dos homens
E falasse a língua dos anjos
Sem amor eu nada seria
É um não querer mais que bem querer
É solitário andar por entre a gente
É um não contentar-se de contente
É cuidar que se ganha em se perder
É um estar-se preso por vontade
É servir a quem vence, o vencedor
É um ter com quem nos mata a lealdade
Tão contrário a si é o mesmo amor
Estou acordado e todos dormem
Todos dormem, todos dormem
Agora vejo em parte
Mas então veremos face a face
É só o amor! É só o amor
Que conhece o que é verdade.
Ainda que eu falasse
A língua dos homens
E falasse a língua dos anjos
Sem amor eu nada seria.
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